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QUANDO FAZER A BIÓPSIA DE EMBRIÃO NA FIV?

A biópsia embrionária, também conhecida como teste genético pré-implantacional (PGT), tem se tornado uma ferramenta essencial na fertilização in vitro (FIV) para aumentar as chances de sucesso em mulheres que buscam engravidar. Esta técnica permite a análise genética dos embriões antes da transferência para o útero, ajudando a identificar anomalias cromossômicas e doenças genéticas, o que pode ser crucial em algumas situações. No entanto, a decisão de realizar uma biópsia embrionária deve ser cuidadosamente considerada, levando em conta a idade da paciente, o número de embriões disponíveis, bem como os riscos e o custo-benefício do procedimento.

A Importância da Idade Materna na Decisão pela Biópsia Embrionária

A idade materna é um dos principais fatores que influenciam a qualidade dos embriões produzidos durante o processo de FIV. Mulheres acima dos 35 anos apresentam uma incidência maior de embriões com aneuploidias, que são alterações no número de cromossomos. Essas anomalias podem levar a falhas de implantação, abortos espontâneos ou ao nascimento de crianças com síndromes genéticas, como a Síndrome de Down. Por essa razão, mulheres nessa faixa etária ou acima frequentemente são recomendadas a considerar a biópsia embrionária, apesar de ser questionável na faixa entre 36 a 37 anos.

A partir dos 38 anos, essa recomendação se torna ainda mais forte, uma vez que a qualidade dos óvulos tende a diminuir significativamente com o avançar da idade, aumentando a probabilidade de embriões geneticamente anormais. Portanto, para mulheres mais velhas, o PGT pode ser um passo essencial para aumentar as chances de sucesso da FIV e reduzir o risco de abortos.

Número de embriões disponíveis: um fator decisivo

Outro aspecto fundamental na indicação da biópsia embrionária é o número de embriões viáveis obtidos durante o ciclo de FIV. Quando há um número reduzido de embriões, a realização da biópsia pode ser uma decisão mais difícil, pois existe o risco de dano ao embrião durante o processo de retirada das células para análise. Além disso, em casos onde poucos embriões são disponíveis, o foco pode ser direcionado para a transferência imediata sem biópsia, especialmente se a idade da paciente for mais avançada e houver pressa em realizar a transferência.

Por outro lado, quando a paciente produz um número maior de embriões, a biópsia pode ser vantajosa para selecionar aqueles que têm maior chance de sucesso, evitando transferências repetidas e abortos subsequentes. Esse tipo de seleção pode economizar tempo e recursos ao longo do tratamento.

Riscos associados à biópsia embrionária

Embora o PGT tenha benefícios claros, é importante também considerar os riscos envolvidos. A biópsia embrionária é um procedimento invasivo e, embora a tecnologia tenha avançado significativamente, ainda existe o risco de dano ao embrião durante a retirada das células. Em alguns casos, o procedimento pode comprometer o desenvolvimento do embrião, reduzindo suas chances de implantação.

Além disso, há a possibilidade de erros na análise genética, que podem levar a um diagnóstico incorreto. Embora raro, isso pode resultar na transferência de um embrião anormal ou na exclusão de um embrião viável.

O custo da biópsia embrionária pode ser significativo, e é um fator que deve ser pesado contra os benefícios potenciais. Para mulheres em idade avançada ou com histórico de falhas de FIV ou abortos espontâneos recorrentes, o custo pode ser justificado pelos benefícios de aumentar as chances de uma gravidez saudável. No entanto, para mulheres mais jovens com um bom número de embriões de boa qualidade, o benefício adicional do PGT pode ser menor, e a decisão deve ser feita em conjunto com o médico, considerando os aspectos clínicos e financeiros.

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DR LUIS CLÁUDIO