O câncer de próstata é uma das doenças mais prevalentes entre os homens, e o tratamento muitas vezes envolve a redução dos níveis de testosterona para controlar o crescimento das células cancerígenas, no entanto, essa abordagem impacta significativamente a qualidade de vida, causando efeitos como diminuição da densidade óssea, disfunção sexual, perda de massa muscular e aumento do risco cardiovascular.
Nos últimos anos, a perspectiva sobre TRT em homens tratados para câncer de próstata tem evoluído. Diversos estudos sugerem que a TRT pode ser segura em homens selecionados que foram tratados com sucesso e que têm baixos níveis de testosterona.
- Revisão Sistemática (2016): Publicada no Journal of Urology, não encontrou aumento significativo no risco de recorrência do câncer em pacientes que receberam TRT após tratamento curativo.
- Meta-Análise (2019): Publicada no European Urology, concluiu que a TRT não estava associada a um aumento significativo no risco de recorrência do câncer de próstata em homens tratados com prostatectomia radical ou radioterapia.
- Estudo TRAVERSE: Avaliou a segurança cardiovascular da TRT e também investigou o risco de câncer e complicações prostáticas, mostrando que a TRT não aumentou o risco de câncer de próstata de alto grau ou outros desfechos relacionados à próstata.
As diretrizes sobre TRT em pacientes com câncer de próstata variam entre as organizações, mas algumas recomendações comuns incluem:
- American Urological Association (AUA): Sugere que a TRT pode ser considerada em homens com sintomas de hipogonadismo e um histórico de câncer de próstata que foram tratados e estão livres de doença após um período de vigilância cuidadosa.
- European Association of Urology (EAU): Apoia o uso cauteloso de TRT em homens com hipogonadismo sintomático que foram tratados com sucesso para câncer de próstata, recomendando monitoramento rigoroso dos níveis de PSA e vigilância regular..
Ao considerar a TRT em pacientes tratados para câncer de próstata, é essencial avaliar vários fatores:
- Histórico do Paciente: A extensão do câncer original, o tratamento recebido (prostatectomia radical, radioterapia, etc.), e o tempo desde o tratamento inicial são fatores críticos.
- Monitoramento Contínuo: Pacientes em TRT devem ser monitorados regularmente com exames de PSA para detectar qualquer sinal de recorrência precoce.
- Qualidade de Vida: A TRT pode melhorar significativamente a qualidade de vida, abordando sintomas de hipogonadismo como fadiga, depressão, perda de massa muscular e disfunção sexual.
A terapia de reposição de testosterona em pacientes tratados para câncer de próstata é uma área complexa e em evolução na medicina. Embora as diretrizes atuais sugiram que a TRT pode ser segura em homens selecionados com hipogonadismo sintomático, a decisão deve ser tomada com base em uma avaliação cuidadosa de riscos e benefícios, com monitoramento contínuo e vigilância rigorosa.